A gente sabe que é amor
Quando um simples beijo queima o coração
Um sorriso, um olhar
Um toque, um aperto de mão
A gente sente é pra valer
O corpo treme todo
A voz não quer sair
Não dá pra disfarçar
Os olhos não conseguem mentir
A gente deita pra dormir
Mas o sono não vem
Não quer saber de nada
Não quer ver ninguém
O tempo é inimigo corre devagar
No rádio uma canção tão bela
Uma história de amor
Eu quero estar contigo seja como for
Sem essa de juízo
Não dá pra esperar
Vem meu amor
Não faz assim
Você é tudo aquilo que sonhei pra mim
Vem meu amor
Não diz que não
Você já é o dono do meu coração.
No rodapé da carta, um beijo ardente,
Traduzindo, no batom, divina jura
As delícias do amor que se procura
As volúpias de um desejo permanente.
Abraçado àquela carta, docemente,
Do desejo, do prazer, pela gravura,
Eu beijei o papel com tal ternura
Que a senti, por instantes, em minha frente.
E dos lábios, no elan delicioso,
Um murmúrio de afeto venturoso,
Eu ouvi quando suguei divino mel.
Saciado pela seiva da distância,
O instante envolveu a minha ânsia,
Que senti beijando a boca no papel
(Luis Lêdo Motta Mello)